domingo, 13 de novembro de 2016

Coisa

Chegou lá...
A rima explodiu,
lotou o canal de view,
chegou até tênis de mil
e tá sobrando cilindrada pra rodar o Brasil...

Tudo planejado:
tinha que ser assim.
Felicidade tá à venda e
compra só quem tem o capim.
Sortudo mesmo é o manequim
que veste o sorriso da senhora, 
do jovem e
do mininim.

É a vida de muita gente
em função de coisa sem vida.
Produtos insuficientes,
metas mal estabelecidas
e o fracasso de cada dia é
sobre exposição e curtidas.

Carro do ano pra fora da garagem:
o vizinho tem que se acostumar com a imagem
e também com o álbum velho daquela viagem.
Viagem...
Nem comida serve mais pra encher a barriga:
pro zé da rua não sobra um pão murcho
mas à noite é hashtag em restaurante de luxo.

Então, é bom saber o prato do dia, 
servir o almoço quente, sem fervo, sem gritaria
e ter a própria noção e também a ousadia
pra não ser obrigado a comer
enlatados de status sabor Alegria.

Feliz é quem escapa da coisa. 
Eu ainda não escapei. 

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