sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Retalho de noite

Vou mirar pela janela
pra não ser capaz de ver e
vou engolir o nada
quando dizer sobre você.

Tão longe em quilômetros,
tão perto em sonhos,
distantes lembranças,
doces crianças.
Danças.
Dançamos. Dancei.
Quem chega na pista é pra isso
e nada mais: 
dançar.
Quem passa da pista é pra ficar.
Ou não. Dancei de novo.
Quem diria? 
Tímido, desconfiado, de canto
virando, de repente,
dançarino.
Sem esquecimento sobre o hino.
E sobre as folhas e sobre as chuvas
e sobre as janelas e sobre os sonhos
e sobre as crianças e sobre as danças.

Pouco ficou. Tudo sobrou.
Sobrei pra cá da pista,
num projeto de sobrado.
Sobre isso? Sobra silêncio.

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