domingo, 20 de março de 2016

Conto

Agora um conto.
Conto o drama de quem 
quer viver num conto de fadas
e conta cédulas 
ódio e conta vantagens
e conta a história que mais gosto:
a do sono.
Começa a história com
era uma vez um pão
uma mortadela
minha raiva
a cara dela e a roupa dela.
Ela pediu.
Ela não pode andar assim
tem santidade em mim
fiz dela uma morta
dela e de milhões que
nem precisaram usar a cor do sangue
para que eu tirasse sangue.
Meus ídolos, ó, meus ídolos
que mal conheço, nem conheço
na verdade, mas sei que falam a verdade
são de verdade, jamais meu ídolo um covarde.
Sou carente de ídolos.
Sou carente de vida.
Sou carente de imagens.
Sou carente de palavras.
Pão e mortadela.
Eu aqui, Deus comigo e 
pretinho na favela.
Pão e mortadela pra eles
e eu acordo o Brasil!
Ó! O gigante se levanta
A Paulista é a voz do meu povo.
Que lindo meu manifesto
parece festa
cores branca, verde e amarela 
até pintei bandeira do Brasil na testa.
Ordem e progresso é tudo que quero!
que feliz esse ano, meu Marco histórico!
Meu Globo participa da maior festa da história
pintado em branco, verde e amarelo.
Moro aqui, Morumbi.
No Mal há falha! Esperança! 
Tudo verde, amarelo, criança. Acabou o sono!
Que história linda!
Como já a ir Messias estava
voltei pra casa! Me vi na TV. 
Meu gigante acordou. Bati panela.
Agora só falta alguém me acordar.
Caio no sono e confundo o caminhar dormido
com o fim do luar
ao dizer que um gigante acordou.
Talvez seja só uma criança
carente
sonâmbula
que começa a engatinhar em berço esplêndido
enquanto canto suas músicas na avenida. Fim.
Contei sem Classe
e sem fazer Média
diretamente de um bloco
a história de um bloco que escolhe
ser médio.

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